A conta é simples: inflação alta + ajustes de preços = a queda no consumo. A Argentina, que passa por um forte ajuste da economia, já vinha enfrentando uma recessão econômica e o presidente Javier Milei, por sua vez, promoveu um amplo corte de gastos públicos. Com a retirada de subsídios para as tarifas de água, gás, luz, transporte público e serviços essenciais, os preços aumentaram e agora, o país assiste à intensificação da pobreza e a queda do consumo.
Segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), existem hoje 12,3 milhões de argentinos abaixo da linha da pobreza o que corresponde a 41,7% da população.
Em 12 meses, o aumento dos preços chegou a 263,4% e o consumo vive uma onda de queda. Em agosto, as vendas no varejo das pequenas e médias empresas (PMEs) caiu 10,5% em relação ao mesmo período no ano passado e 1,6% em relação a julho. Os dados são da Câmara Argentina da Média Empresa (CAME),
O Índice de Vendas no Varejo das PMEs da CAME indicou que todos os setores avaliados apresentaram diminuições em comparação com o mesmo período do ano passado. O levantamento é mensal e feito junto a 1.300 lojas de varejo do país.
As Perfumarias apresentaram a maior retração anual, de -29,3%, seguida por Farmácias (-17,4%). No acumulado do ano, a maior queda também foi nas Perfumarias (-32,1%) e Farmácias (-27,8%).
Alimentos e bebidas caíram 11,8% em relação a de 2023 agosto, e acumulam uma queda de 20,5% nos primeiros oito meses do ano. Bazar, decoração, têxteis para o lar e móveis caíram 9,3% e Calçados e artigos de couro 5,4% em relação ao ano anterior.
De Buenos Aires, na Argentina
Reportagem, Katia Maia