Um país com mais da metade da população na pobreza e a perspectiva de novos aumentos de tarifas a partir desta terça-feira, 1º de outubro. Essa é a situação atual da Argentina que acaba de registrar 52,9% dos argentinos abaixo da linha de pobreza. O que significa que 15,7 milhões de pessoas não têm o suficiente para viver com dignidade.
Os números são do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INDEC) e mostram o quanto o país está sofrendo. A indigência, que é a pobreza extrema, atingiu 18,1% da população. Isso quer dizer que quase 20% dos argentinos não têm dinheiro nem para se alimentar corretamente.
E não para por aí. A partir desta terça-feira, as tarifas vão subir. A eletricidade vai aumentar 2,7%. Aumento também de água e esgoto e transporte. Aqui, em Buenos Aires, por exemplo, está previsto um aumento nas tarifas de transporte de 16,46%
O transporte aliás enfrenta greves e o dia a dia dos argentinos se torna cada vez mais difícil. Para quem já está no limite, a situação só piora. Crianças e adolescentes são os mais afetados: 66% deles vivem na pobreza.
Aos dez meses de mandato do presidente Javier Milei, a inflação no país é de 236% e a Argentina enfrenta desafios com as dívidas elevadas, o câmbio deteriorado e as reservas internacionais escassas. É a primeira vez nos últimos vinte anos que o número de pobres na Argentina supera aqueles que não estão na linha de pobreza.
De Buenos Aires, na Argentina
Reportagem, katia maia