O Brasil volta a liderar o Brics em 2025, depois de seis anos, trazendo uma agenda focada na reforma da governança global e no desenvolvimento sustentável. O grupo, que agora inclui países como Arábia Saudita e Emirados Árabes, além dos membros fundadores Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, terá sua primeira reunião ampliada nesta semana, em Kazan, na Rússia. Após sofrer um acidente doméstico, o presidente Lula cancelou sua viagem para participar da cúpula por videoconferência.
Na reunião, temas como a entrada de novos países 'parceiros', a cooperação financeira e a crise no Oriente Médio estão na pauta. A partir do próximo ano, o Brasil assume o comando do bloco sob o lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável". Serão prioridades a reforma das instituições globais, promoção do multilateralismo e combate à fome e à desigualdade.
Além disso, durante a 14ª Reunião de Ministros da Saúde do Brics, realizada em Moscou no começo deste mês, o Brasil destacou a importância de uma cooperação mais forte na área da saúde. Na ocasião, o Brasil reforçou a necessidade de um sistema global de vigilância epidemiológica mais robusto, para prevenir futuras pandemias e reduzir a dependência tecnológica dos países em desenvolvimento.
Atualmente, cerca de 30 países estão na lista de candidatos a se tornarem "parceiros" do Brics. De acordo com levantamento do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, aguardam países como Nicarágua, Bolívia, Cuba, Turquia e Marrocos. Originalmente formado em 2006 por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o bloco aprovou em 2023, a entrada de novos membros efetivos: Argentina, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. No entanto, a Argentina decidiu sair do grupo ainda em 2023, após o presidente Javier Milei anunciar a retirada do país.
Reportagem, Janary Damacena.