As mortes registradas no trânsito em São Paulo cresceram de janeiro a setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, em todos as modalidades. Houve um acréscimo de 19% de óbitos, totalizando mais de 4.600 mortes, de acordo com o governo do estado.
E o maior aumento foi no grupo dos motociclistas. Foram 1.925 mortes, com alta de mais de 20% em relação ao mesmo período de 2023. Entre os pedestres, 1.068 perderam a vida, um aumento de 18%. Já nas mortes de ciclistas, houve acréscimo de 17%, com 317 casos. Além disso, 1.023 ocupantes de automóveis morreram no período. Nos dados gerais, também aparecem mortes em caminhões e ônibus.
O procurador do Trabalho, Renan Kalil, que também é pesquisador da USP, disse que há múltiplos fatores para a violência no trânsito e um deles envolve as plataformas digitais de entregas de alimentos e outros produtos. Segundo o procurador é preciso olhar para as plataformas digitais como se elas fossem empresas de entrega. O ritmo da atividade é imposto pelas plataformas. O tempo em que a entrega vai acontecer é determinado pela empresa e o entregador fica sujeito a uma suspensão e até bloqueio. O especialista ressaltou que já existe uma lei que veda essa prática, mas apontou que a fiscalização ainda não é a adequada.
O Supremo Tribunal Federal (STF) convocou para o dia 9 de dezembro uma audiência pública para discutir se há vinculo de emprego entre motoristas e entregadores e os aplicativos de transporte e de entrega de comida. Os ministros do STF discutem a legalidade do modelo de trabalho operado por meio dessas empresas.
Reportagem, Max Gonçalves