A ONU revelou que quase 70% das mortes em Gaza, entre novembro de 2023 e abril de 2024, foram de mulheres e crianças. A constatação segue o número de vítimas verificadas até agora (8.119), e representa uma fração das mais de 34,5 mil mortes registradas no conflito.
Entre as vítimas verificadas, 3.588 eram crianças e 2.036, mulheres, o que equivale a quase 70% do total. A ONU considera essa proporção uma violação dos princípios do direito internacional, destacando a possibilidade de crimes de guerra e até genocídio.
A maior parte dessas mortes ocorreu em ataques a edifícios residenciais, sendo que 80% das vítimas foram atingidas nesse tipo de alvo, e que 90% das fatalidades aconteceram em incidentes que mataram cinco ou mais pessoas. O Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU aponta que a grande quantidade de civis mortos é uma grave violação das regras do direito humanitário internacional.
O total de vítimas gera uma disputa pelos número reais. Enquanto muitos países e a ONU consideram confiável o relatório de vítimas do Ministério da Saúde do Hamas, Israel contesta esses dados, afirmando que a contagem oficial da Palestina pode ser exagerada.
Independentemente da disputa, o relatório da ONU aponta que a distribuição das mortes de mulheres e crianças é representativa da gravidade da situação e sugere uma violação sistemática do direito internacional.
Reportagem, Katia Maia