As favelas do Brasil reúnem uma população predominantemente mais jovem e negra. É o que revela o Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo apontou que a população negra (pretos e pardos) nas favelas é superior à média nacional, com 56,8% de pardos e 16,1% de negros, enquanto no Brasil esses números são 45,3% e 10,2%, respectivamente. Pela primeira vez, o número de brasileiros que se declarou pardo superou o de brancos. Nas favelas, essa tendência já é observada desde 2010.
O total de idosos nas comunidades ficou bem abaixo da média nacional. No Brasil 10,9% da população tem 65 anos ou mais, já nas favelas esse índice é de apenas 6,6%. O índice de envelhecimento nas favelas também é menor com 45 idosos para cada 100 crianças. No restante do país existem 80 idosos para 100 crianças.
O Censo 2022 identificou 12.348 favelas e comunidades urbanas no Brasil, onde vivem 16,4 milhões de pessoas, representando 8,1% da população do país. O levantamento foi realizado em 656 municípios, mostrando um crescimento em relação ao Censo 2010, que registrou 6.329 favelas e 11 milhões de habitantes.
Entre as favelas mais populosas estão a Rocinha, no Rio de Janeiro, com 72 mil moradores, seguida pela do Sol Nascente, em Brasília, com 71 mil, e Paraisópolis, em São Paulo, com 58 mil.
A maioria das residências nas favelas são casas (93,3%). Embora 86,4% dos domicílios nessas comunidades estejam conectados à rede de água, esse número ainda está abaixo da média nacional, que é de 83,9%.
O Censo mostrou que as favelas brasileiras são diversas, ocupando diferentes tipos de terreno e com grande variedade de construções.
Reportagem, Katia Maia