A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, classificou a COP29 como uma “experiência difícil”. Em seu discurso na plenária final, ela destacou que o acordo alcançado, apesar de ser um passo à frente, ficou aquém das necessidades reais para enfrentar a crise climática.
O principal resultado da conferência foi a aprovação de um financiamento de US$ 300 bilhões anuais, para os países em desenvolvimento para redução e adaptação aos efeitos das mudanças climáticas até 2035. O anúncio foi feito na manhã deste domingo (24) em Baku, no Azerbaijão, onde aconteceu a COP29.
A proposta inicial das nações mais ricas previa menos dinheiro: US$ 280 bilhões. Em contrapartida, os países impactados por eventos climáticos extremos defendiam um valor de US$ 1,3 trilhão. Eles consideraram o valor aprovado “insuficiente” e “um insulto”.
Marina Silva criticou a postura das nações desenvolvidas, reforçando que os recursos não são um benefício individual, mas uma necessidade global. Segundo ela, os países ricos têm responsabilidades, previstas no Acordo de Paris, para viabilizar a transição energética e ajudar os mais vulneráveis a enfrentarem os impactos climáticos.
Entidades ambientais também se mostraram frustrados com o acordo. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se mostrou insatisfeito e chamou os governos a encararem o acordo como uma base para avanços mais ambiciosos.
A expectativa agora se volta para a COP30, que será realizada em Belém, no Pará, em 2025. Para a ministra, será a “COP das COPs”, um momento decisivo para restaurar a esperança frente aos desafios climáticos. A COP30 também será uma oportunidade de colocar o bioma amazônico no centro do debate climático global.
Reportagem katia maia