A partir desse mês, os pacientes com Doença Falciforme serão beneficiados com a inclusão de dois novos medicamentos que passarão a ser oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O primeiro é a alfaepoetina que ajuda a aumentar a produção de glóbulos vermelhos, e é indicada para quem tem comprometimento renal e baixa hemoglobina. E o segundo é especial para crianças, pois se trata de uma nova dose de hidroxiureia em cápsulas menores, de 100 mg, o que facilita o uso a partir dos 9 meses de idade.
Essas mudanças fazem parte da atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da doença, feito pelo Ministério da Saúde para garantir tratamentos modernos e mais seguros para os pacientes. Além disso, elas atendem a uma demanda histórica, reduzindo riscos e desperdícios.
● Diagnóstico
É realizado principalmente pelo Teste do Pezinho, mas também pode ser feito em outras fases da vida com o exame de eletroforese de hemoglobina, disponível no SUS e incluído no pré-natal.
● Tratamento
Os tratamentos vão desde medicamentos para controlar os sintomas, transfusão sanguínea e até transplante. Além disso, a rede pública de saúde oferece exames e consultas regulares com acompanhamento de profissionais de diversas áreas.
● Impacto Social
A doença falciforme é a condição genética mais comum no país e afeta mais de 100 mil brasileiros, com maior impacto entre pessoas pretas e pardas. A doença é considerada negligenciada, ou seja, faz parte de um conjunto de doenças infecciosas que afetam principalmente populações mais pobres e com acesso limitado à saúde. Racismo estrutural e institucional dificultam políticas públicas. Para se ter uma ideia, pessoas pretas ou pardas somam 79% das mortes entre 2014 e 2020, segundo dados recentes do Ministério da Saúde.
Reportagem, Janary Damacena