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O café vai sobreviver às mudanças do clima?

Estudos apontam que Minas Gerais e São Paulo, que estão entre os polos do café no país, correm risco de perderem protagonismo.

27/12/2024 às 06h00
Por: Max Gonçalves
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FOTO: REUTERS/Jose Roberto Gomes
FOTO: REUTERS/Jose Roberto Gomes

 

 

O café está em risco com as mudanças climáticas. As ondas de calor e a seca histórica criaram uma nova realidade para quem cultiva o grão no Brasil: pragas e doenças fora de controle, meses sem chuva e lavouras inteiras sendo perdidas.

O resultado é uma produção menor, o aumento nos preços e também o comprometimento da qualidade dos grãos. Estudos apontam que Minas Gerais e São Paulo, que estão entre os polos do café no país, correm risco de perderem protagonismo.

Para tentar uma saída para o problema que vem alterando o clima e consequentemente a produção, alguns plantadores de café tentam combater os efeitos de um planeta mais quente recorrendo à técnica de plantar os cafezais sob a sobra de árvores, em vez de diretamente debaixo de sol.

O café, assim como a laranja, está entre os alimentos que correm mais risco com as alterações climáticas. Isso porque eles são uma agricultura perene, como se chamam os tipos de cultivos em que só é preciso plantar uma vez e a árvore dará frutos todos os anos, ao longo de décadas.

O momento mais crítico para essas culturas é o da florada, que, no caso do café, costuma acontecer entre setembro e novembro. Nessa época, o calor e a seca podem acabar causando uma espécie de aborto das flores, fazendo com que não gerem os frutos.

Comparada com a temperatura da Terra há uns 200 anos, nos níveis pré-industriais, a temperatura do planeta já subiu cerca de 1°C, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU.

A previsão é de que, entre 2030 e 2050, o aquecimento será de mais 1,5°C. Parece, pouco, mas não é. Para o café arábica, o mais produzido no Brasil, que aguenta uma temperatura entre 18°C e 22°C, o impacto pode ser devastador.

Além dos níveis de temperatura, outro efeito é que os dias em que o calor supera os 35°C se tornaram mais frequentes.

Os impactos já estão sendo contabilizados de 2023 para 2024. No início da atual safra, a expectativa era de um novo crescimento na colheita do café. Mas as estiagens deste ano, os incêndios, juntamente com altas temperaturas durante as fases de desenvolvimento dos frutos, reduziram a produtividade nacional em quase 2% na comparação com 2023, de acordo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As consequências de tudo isso impactam a economia, as exportações, os empregos e a sobrevivência de pequenas empresas.

Reportagem, Max Gonçalves

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