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Brasília, DF
Um estudo da Universidade Federal de São Paulo revelou que entre 2020 e 2023, o Brasil foi impactado por quase o dobro de desastres climáticos em relação aos últimos vinte anos. Foi registrada uma média anual de 4.077 desastres climáticos, incluindo secas, enchentes, tempestades e deslizamentos de terra.
Representam bem essa situação as inundações ocorridas no Rio Grande do Sul que impactaram quase todos os municípios gaúchos e também a seca histórica registrada na Amazônia em 2024.
Registra-se uma aceleração do aquecimento global. Entre 2020 e 2023, houve mais de 16 mil eventos de crise climática. Para se ter uma ideia, na década de 1990 houve uma média de 6.500 registros, de acordo com o estudo. Em primeiro lugar, ocorreram mais situações de secas. Na segunda posição, estão as inundações, seguidas por tempestades.
E os desastres climáticos trazem impactos para a economia, para o PIB do Brasil. Desde 1995, os prejuízos somaram R$ 547 bilhões. Acontece que, deste total, R$ 188 bilhões estão concentrados de 2020 até agora. Isso representa 80% do total da década anterior.
De acordo com a equipe que realizou o estudo, além dos danos econômicos, estes desastres climáticos, ligados ao aumento da temperatura do planeta, provocam aumento nos custos de energia, alimentos e saúde. Os especialistas comentam que os surtos de dengue dos dois últimos anos estão relacionados com as mudanças climáticas.
Reportagem, Max Gonçalves.
