A partir deste ano, o Brasil voltou à presidência do Brics e deu continuidade aos debates anteriores com o anúncio da entrada de nove países na categoria de parceiros do bloco. O anúncio foi feito durante a cúpula do grupo, na última sexta-feira (17), o que reflete os esforços para expandir a influência geopolítica e fortalecer a cooperação entre as nações emergentes.
Entre os países que agora integram o Brics como parceiros estão:
● Cuba e Bolívia (América Latina)
● Belarus, Cazaquistão e Uzbequistão (Europa e Ásia Central)
● Nigéria e Uganda (África)
● Malásia e Tailândia (Sudeste Asiático)
Esses países terão status inferior ao dos membros plenos, mas poderão participar de cúpulas, reuniões temáticas e outros eventos do bloco. A criação dessa nova categoria foi proposta na cúpula de 2024, na Rússia, e marca uma nova etapa na estratégia de expansão do Brics.
Na presidência do Brics até o final de 2025, o Brasil tem cinco prioridades estratégicas:
● Facilitar o comércio e investimentos entre os países, desenvolvendo novos meios de pagamento.
● Promover a governança inclusiva e responsável da inteligência artificial.
● Ampliar estruturas de financiamento para enfrentar mudanças climáticas.
● Estimular a cooperação entre países do Sul Global, com foco em saúde pública.
● Fortalecer a governança institucional do bloco.
O governo brasileiro anunciou que concentrará as atividades relacionadas ao Brics no primeiro semestre do ano, já que, no segundo semestre, o país sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, no Pará.
Segundo especialistas, a expansão do Brics têm maior impacto geopolítico do que econômico. A entrada de novos países parceiros amplia a influência de China e Rússia, principais articuladores dessa mudança, em regiões estratégicas como América Latina, África e Ásia.
Além disso, a 14ª Reunião de Ministros da Saúde do Brics, realizada em Moscou, reforçou a necessidade de maior cooperação na área da saúde, destacando a criação de um sistema global de vigilância epidemiológica para prevenir futuras pandemias.
A ampliação do Brics marca um novo capítulo para o bloco e reforça o protagonismo do Brasil em temas globais. O Brics foi criado em 2006, inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia e China (Bric). Em 2010, a África do Sul foi adicionada, transformando o grupo em Brics. Desde então, o bloco tem buscado ampliar seu alcance, com a entrada de novos membros efetivos e, mais recentemente, com a inclusão de parceiros.
Em 2023, seis países se tornaram membros plenos, entre eles Egito, Etiópia e Irã. No entanto, a Argentina, que também havia sido aprovada, desistiu de integrar o grupo após a posse do presidente Javier Milei.
Atualmente, cerca de 30 países estão na lista de interessados em integrar o Brics como parceiros. Entre eles estão Nicarágua, Turquia e Marrocos. Essa ampliação reforça o papel do bloco como um contraponto às potências ocidentais e uma plataforma para fortalecer as economias emergentes.
Reportagem, Janary Damacena