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Violência contra pessoas trans registra queda, mas desafios persistem

Brasil teve 122 assassinatos em 2024; subnotificação ainda preocupa, aponta Antra

28/01/2025 às 14h03 Atualizada em 28/01/2025 às 14h04
Por: Katia Maia
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Foto Divulgação Antra
Foto Divulgação Antra

 

 

O Brasil registrou 122 assassinatos de pessoas trans e travestis em 2024. Os dados estão no dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). O número representa uma queda de 16% em relação a 2023, quando foram registrados 145 casos. Mas, apesar da redução, a associação alerta que a diferença é pequena e ainda próxima da média histórica de 125 casos anuais, calculada entre 2008 e 2024.

Entre as vítimas de 2024, cinco eram defensoras de direitos humanos, incluindo uma suplente de vereadora e uma ex-candidata política. A maioria (95,9%) eram travestis e mulheres trans. Apenas cinco vítimas eram homens trans ou pessoas transmasculinas.

Os estados de São Paulo e Minas Gerais apresentam o pior cenário. Em 2024, registraram 16 e 12 assassinatos, respectivamente. O Ceará vem em terceiro, somando 11. No Acre, Rio Grande do Norte e Roraima não foram encontrados registros de assassinatos no ano passado.

Quanto à localização pelo menos 68% (83 casos) aconteceram em cidades do interior, fora de capitais.

A Antra destaca que a subnotificação é um obstáculo grave. Muitos casos de violência contra pessoas LGBTQIA+ não são registrados adequadamente em delegacias ou institutos médicos legais. A associação ressalta que “dados sobre essas violências não aparecem ou são inconsistentes", citando críticas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Mesmo sem dados oficiais precisos, a Antra registrou ao menos 1.179 assassinatos de pessoas trans desde 2008. Os anos mais violentos foram 2017, com 179 mortes, e 2020, com 175. A luta por dados mais completos e políticas públicas efetivas segue como prioridade para combater essa violência histórica.

Reportagem Katia Maia

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