O governo federal decidiu que não vai enviar aviões da FAB para transportar os brasileiros deportados dos Estados Unidos (EUA). A ideia foi discutida entre o presidente Lula, ministros e representantes da Força Aérea Brasileira (FAB) e da Polícia Federal, além do Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, depois da chegada do primeiro voo com brasileiros expulsos por estarem ilegalmente nos EUA. O voo, de uma empresa terceirizada que atende o governo norte-americano, aterrissou em Manaus (AM) e trouxe 160 pessoas algemadas, com correntes prendendo as mãos e os pés. Este tratamento causou insatisfação no governo brasileiro, que cogitou um plano de buscar os deportados em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
O ministro das Relações Exteriores disse que o Brasil quer que as deportações de brasileiros dos Estados Unidos atendam a requisitos mínimos de dignidade. Os deportados reclamaram que não havia ar condicionado funcionando no voo e que não foi permitido irem ao banheiro durante o trajeto, que durou em torno de 10 horas.
Mauro Vieira afirmou que a repatriação precisa ser feita atendendo aos requisitos mínimos de dignidade, respeito aos direitos humanos e à atenção necessária aos passageiros de uma viagem dessa extensão.
Apesar da insatisfação com a situação, o governo federal faz uma avaliação diplomática sobre como vai lidar com essa forma como as deportações vêm sendo feitas pelo governo norte-americano. O governo brasileiro não quer promover um desgaste já logo na segunda semana de governo Donald Trump, em que o presidente dos EUA está promovendo uma série de medidas polêmicas como forma de chamar a atenção e promover o mandato de Trump. Na avaliação do governo Lula, há questões mais difíceis a serem tratadas um pouco mais para frente.
Reportagem, Max Gonçalves