Um estudo do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) revelou que a maioria dos brasilienses vive em imóveis próprios, consolidando uma tendência observada no último levantamento. Os dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios Ampliada (Pdad-A) 2024, indicam que 63% da população já adquiriu sua residência, sendo que 68% possuem escritura regularizada, enquanto 32% ainda não formalizaram a documentação.
Além disso, o levantamento mostra que 69% dos moradores residem em casas, um aumento em relação à pesquisa anterior. Apenas 30% vivem em apartamentos, enquanto 30% da população segue no aluguel e 7% em imóveis cedidos.
Para o especialista no mercado imobiliário Leonardo Guerra, os números refletem uma mudança no perfil dos compradores. “Os brasilienses valorizam cada vez mais a segurança patrimonial, o que impulsiona a busca pela casa própria, mesmo diante dos desafios econômicos”, avalia.
Ainda segundo Leonardo Guerra, a alta taxa de moradores sem documentação regularizada, uma situação comum em Brasília, acende um alerta para a necessidade de políticas públicas que facilitem a regularização fundiária. “A informalidade no setor imobiliário impacta diretamente a valorização dos imóveis e a segurança jurídica dos proprietários”, pontua.
A pesquisa coletou dados ao longo de 2023 em 25 mil domicílios do Distrito Federal e de 12 municípios da Periferia Metropolitana de Brasília. O estudo reforça a predominância das casas no cenário habitacional da capital e destaca a importância de medidas que incentivem o acesso à moradia formalizada.
Brasília possui características muito próprias, em comparação ao mercado imobiliário do restante do país. Pesquisa do Monitor de Habitação Ipsos 2025, divulgado pela EXAME, revela que 62% dos jovens brasileiros não acreditam na possibilidade de comprar a casa própria. E afirmam que o alto custo dos imóveis e os juros elevados dos financiamentos são os principais fatores que dificultam o acesso.
Reportagem, Max Gonçalves