Os turistas argentinos que chegam ao Brasil neste verão estão surpresos com os preços por aqui. Restaurantes, supermercados e lojas parecem muito baratos para quem vem de Buenos Aires. O motivo está na diferença entre as moedas dos dois países.
De acordo com o Índice Big Mac, publicado pela revista The Economist, o peso argentino está 20% sobrevalorizado. Isso significa que, na Argentina, os preços estão artificialmente altos em relação ao câmbio real. O sanduíche mais famoso do McDonald's, por exemplo, custa 7.300 pesos, cerca de 6,95 dólares. O valor é maior que o cobrado nos Estados Unidos e só perde para a Suíça, onde o Big Mac chega a 8 dólares.
Já no Brasil, a situação é oposta. O real está desvalorizado, o que torna os preços mais baixos para quem vem de fora. Aqui, o mesmo sanduíche custa 23,90 reais, o equivalente a 4 dólares, um valor 30% menor que o praticado nos Estados Unidos. Isso faz com que um turista argentino pague quase metade do preço de um Big Mac em Florianópolis, comparado ao valor em Buenos Aires.
Nas redes sociais, vídeos de argentinos chocados com os preços no Brasil viralizaram. Além de lanchonetes, eles mostram supermercados e lojas de roupas e artigos esportivos, como a Decathlon, onde os produtos parecem muito mais baratos do que na Argentina.
Essa diferença nos preços ocorre por causa da teoria da paridade do poder de compra, usada no Índice Big Mac. Segundo essa lógica, o câmbio deveria equilibrar os valores dos produtos em todos os países. No caso da Argentina, a análise sugere que o dólar deveria valer 1.260 pesos, e não os atuais 1.050.
Com a valorização do peso argentino e a desvalorização do real, os turistas do país vizinho aproveitam a viagem para fazer compras no Brasil. Enquanto isso, os brasileiros que visitam Buenos Aires sentem o impacto contrário: preços altos e um custo de vida mais elevado do que o esperado.
Reportagem Katia Maia