A Procuradoria-Geral da República defendeu nesta terça-feira, (20/5), em Brasília, que o general Walter Braga Netto continue preso. A acusação é de tentativa de obstrução das investigações sobre o plano de golpe no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Braga Netto, que foi ministro no governo de Bolsonaro e vice na chapa do ex-presidente nas eleições de 2022, foi preso em dezembro do ano passado. Segundo a Polícia Federal, por tentar interferir nas apurações ao buscar contato com o tenente-coronel Mauro Cid, delator do esquema.
Mesmo após virar réu no Supremo Tribunal Federal, a defesa do general pediu sua soltura. Mas o procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi contra. Segundo ele, ainda há risco de Braga Netto atrapalhar a investigação, que nem começou a fase de instrução criminal.
Na manifestação enviada ao ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do caso, Gonet afirmou que a denúncia aceita pelo STF não elimina o perigo de interferência no processo.
Braga Netto é um dos oito integrantes do chamado “núcleo central” do plano golpista, que inclui o próprio ex-presidente, Jair Bolsonaro, e ex-ministros do seu governo. Todos viraram réus no Supremo desde o fim de março.
A lista dos oito inclui, além de Bolsonaro, General Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, e Mauro Cid.
O grupo é investigado por tentar anular o resultado das eleições e manter Bolsonaro no poder. As denúncias incluem tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito e associação criminosa.
Reportagem Katia Maia