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STF ouve hoje ex-comandante da Aeronáutica em investigação sobre golpe

O STF também abriu processo contra nove militares do “Núcleo 03”“

21/05/2025 às 11h14 Atualizada em 21/05/2025 às 14h03
Por: Katia Maia
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Foto: Gustavo Moreno/STF
Foto: Gustavo Moreno/STF

O Supremo Tribunal Federal ouve nesta quarta-feira, o depoimento de Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-chefe da Aeronáutica. Ele é considerado uma das testemunhas mais importantes na investigação sobre a tentativa de manter Jair Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas em 2022.

A audiência faz parte do processo que apura o envolvimento do ex-presidente e de aliados próximos, reunidos no chamado “núcleo 1” da trama golpista. O depoimento de Baptista Júnior seria na segunda-feira, mas foi adiado a pedido dele. As demais testemunhas serão ouvidas até o dia 2 de junho.


Ontem, terça-feira, nove militares e um agente da Polícia Federal viraram réus no Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (20/5). Eles são apontados como parte do grupo que, segundo a Procuradoria-Geral da República, planejava ações violentas para pressionar o alto comando das Forças Armadas.

O chamado "Núcleo 3" inclui integrantes dos “kids pretos”, grupo de elite treinado para operações especiais. As investigações revelam que o plano previa até o assassinato de autoridades — entre os alvos, estavam o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Com a aceitação da denúncia, os dez passam à condição de réus pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

“Nenhum dos crimes imputados aos denunciados desse grupo, no entanto, é na forma tentada”, afirmou o relator. “Se a execução foi iniciada, mas o golpe de Estado não se consumou, o crime está consumado, porque se o golpe tivesse sido consumado, o crime sequer estaria sendo investigado”, o relator, ministro Alexandre de Moraes.

Durante o julgamento, Moraes negou a denúncia contra dois dos investigados por falta de provas - o coronel da reserva Cleverson Ney Magalhães e o general Nilton Diniz Rodrigues. Esta foi a primeira vez que o STF rejeitou uma denúncia contra os acusados pela PGR no inquérito do golpe. A decisão foi acompanhada pelos outros ministros da Primeira Turma. No voto, Moraes criticou a quebra de hierarquia no Exército e ironizou: “Se o golpe tivesse ocorrido, eu dificilmente seria o relator — talvez minha suspeição fosse avaliada pelos kids pretos”. Para o ministro, os atos analisados foram um claro atentado contra a democracia.

Con fira a lista dos que tornaram-se réus:

·      general Estevam Gaspar de Oliveira

·      tenente-coronel Hélio Ferreira Lima

·      tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira

·      tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo

·      Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal (PF)

·      coronel Bernardo Romão Corrêa Netto

·      coronel Fabrício Moreira de Bastos

·      coronel Marcio Nunes de Resende Júnior

·      tenente-coronel Sérgio Cavaliere de Medeiros

·      tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior

Denúncia rejeitada: 

·      coronel da reserva Cleverson Ney Magalhães

·      general Nilson Diniz Rodriguez

Reportagem Katia Maia

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