Um grupo de Senadores e Deputados desembarca em Roraima nesta quinta-feira (29) para uma missão coordenada pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal, para verificar a situação de casos de malária entre indígenas Yanomami. A agenda segue até sábado (31) e inclui visitas à Operação Acolhida, em Pacaraima, e ao Território Yanomami, região marcada por uma proliferação de garimpos ilegais e denúncias de violações de direitos humanos.
A crise de saúde indígena na região é antiga. Em agosto de 2022 a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) enviou relatório que apresentava a gravíssima crise sanitária que acometia o povo Yanomami para o Ministério da Justiça. O relatório foi engavetado e nada foi feito para conter a aceleração de mortes por malária e outras enfermidades no governo Bolsonaro. Em 2023, já no governo Lula, foi decretada a crise humanitária, com ações de combate ao garimpo nas terras indígenas e assistência emergencial de saúde aos Yanomami.
O Ministério da Saúde divulgou agora pesquisa que revela que, no ano passado, foram registrados 33,3 mil casos da doença na Terra Indígena Yanomami. Este número revela um aumento em mais de 10% no total de casos, em comparação com 2023. Em comparação com 2022, o acréscimo foi de 118%.
Os parlamentares que chegam a Roraima nesta quinta (29) devem verificar também as condições de acolhimento a venezuelanos na fronteira e a atuação do governo federal em defesa da saúde dos povos indígenas. A senadora Damares Alves, que comandou a pasta dos Direitos Humanos no governo Bolsonaro, quando o relatório da Funai sobre a tragédia Yanomami foi engavetado, é uma das lideranças que agora vai fiscalizar as ações do governo Lula na mesma região.
Reportagem, Max Gonçalves