Uma fraude financeira é aplicada a cada 16 segundos no Brasil. O dado é do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. De acordo com a Agência Lupa de checagem de dados, os golpes ficaram mais sofisticados. Criminosos usam dados reais e copiam a aparência de sites do governo e de empresas como Serasa e Nubank. A vítima pensa que está num site oficial, mas está caindo em um golpe.
Testes da Lupa mostraram que ao digitar o CPF, o site mostra nome completo, data de nascimento e nome da mãe — dados que deveriam ser sigilosos. Tudo isso é feito com base em informações vazadas. De janeiro a abril deste ano, foram quase 2.300 notificações de vazamento de dados na internet. E esse número vem crescendo. Em 2021, foram 233 casos. Em 2024, passou de 7.400. Só com dados vazados, já existem sites que vendem informações como CPF, endereço, e-mail, dados do INSS e até CNH com foto da vítima.
E o mais grave: não precisa nem entrar na deep web. Esses sites estão acessíveis na internet comum. Tem até tutorial no YouTube ensinando como comprar e vender dados pessoais de brasileiros. E engana-se quem pensa que só idosos caem nos golpes. A faixa mais atingida é a de jovens entre 16 e 29 anos. 27% disseram já ter perdido dinheiro em fraudes digitais. Entre os idosos, o índice é de 16%. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados diz que atua em parceria com outros órgãos, mas não investiga crimes. Ela pode aplicar multas e compartilhar informações com a Polícia Federal.
Portanto, fica a dica: antes de clicar em links ou digitar seus dados, consulte o site "Será que é Golpe?". Ele traz dicas e alertas atualizados para evitar armadilhas na internet.
Reportagem Katia Maia