O Supremo Tribunal Federal começa nesta segunda-feira, dia 9, os depoimentos do chamado “núcleo 1”, dos acusados de tentar dar um golpe de Estado após as eleições de 2022.
O “núcleo 1” é considerado central no suposto plano golpista e nele está o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele vai depor ao lado de sete aliados, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que fez um acordo de delação com a Polícia Federal.
A sessão será conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele vai ouvir os réus junto com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e outros ministros da Primeira Turma do STF.
A ordem dos interrogatórios é alfabética. Mas, o primeiro a depor será Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens da Presidência. A medida garante que os acusados tenham acesso a tudo que foi dito pelo delator, garantindo o amplo direito de defesa.
O ex-presidente Bolsonaro será o sexto a depor e a expectativa é que isso aconteça entre terça e quarta feira. Os depoimentos devem se estender até o dia 13 de junho.
Braga Netto é o único que não vai estar presente. Preso no Rio, ele vai falar por videoconferência.
Os réus poderão ficar em silêncio, como permite a Constituição, se não quiserem se autoincriminar. Mas há expectativa de que alguns falem, como Bolsonaro, Cid e Anderson Torres.
As audiências serão realizadas na sala da Primeira Turma do STF, que foi adaptada para receber os interrogatórios. O formato vai lembrar um tribunal do júri.
Nas redes, o Partido dos Trabalhadores anunciou que vai transmitir os depoimentos pela TvPT. A legenda já tinha exibido, em março, o julgamento que tornou Bolsonaro réu.
O STF apura crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, dano ao patrimônio público e abolição do Estado Democrático de Direito. E Segundo a investigação, Bolsonaro discutiu com militares a chamada “minuta golpista”, informação que já foi confirmada por Ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica.
Reportagem, Katia Maia