Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi intimado a depor na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, e foi alvo de busca e apreensão, nesta sexta-feira (13). Ele prestou depoimento por mais de três horas.
O mandado contra Mauro Cid foi motivado pela investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta tentativa de Cid de obter cidadania portuguesa para fugir do Brasil e, consequentemente, do processo em que é réu por tentativa de golpe de Estado.
Um mandado de prisão chegou a ser emitido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o tenente-coronel, mas foi revogado. Mauro Cid é delator no processo penal contra autoridades acusadas de tentativa de golpe de estado, incluindo o ex-presidente Bolsonaro, ex-ministros e militares da reserva e da ativa, envolvidos em ações que, supostamente, tinham o objetivo de manter o ex-presidente no poder após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.
Como parte da mesma operação, a PF também prendeu o ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado, em Pernambuco. Investigações apontam que ele teria tentado conseguir um passaporte junto ao consulado de Portugal em Recife (PE), em nome de Mauro Cid, supostamente para que o delator pudesse fugir do Brasil. Mauro Cid tem uma carteira de identidade com cidadania portuguesa, mas não tem passaporte, necessário para viagens internacionais.
Ambos os alvos da Polícia Federal nesta sexta-feira negaram as acusações em depoimento. Os advogados de Mauro Cid informam que ele estaria disposto até a entregar a carteira de identidade portuguesa à Justiça, como prova de que não estaria articulando uma fuga do Brasil.
Gilson Machado disse que apenas ligou para o consulado com a intenção de agendar a renovação do passaporte do pai e nada fez em relação a Mauro Cid.
Reportagem, Max Gonçalves