A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito sobre um esquema de espionagem ilegal que teria sido montado pelo governo Bolsonaro para monitorar pessoas e autoridades públicas brasileiras, durante o seu mandato, por meio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem, estão entre os 35 indiciados pela formação da suposta organização criminosa que ficou conhecida como “Abin Paralela”.
Também entre os indiciados está o atual diretor-geral da Abin e delegado da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, nomeado por Lula, que estaria atuando para obstruir as investigações, que estão em curso. A associação dos servidores da Abin pede o afastamento de Corrêa, afirmando que o próprio diretor-geral afastou de cargos servidores que eram apenas citados nas investigações. Pela mesma lógica, não pode ele próprio se manter no cargo máximo da agência, com poderes para seguir incorrendo nos alegados crimes, disse a associação, por meio de nota.
A suposta organização criminosa que teria usado da estrutura do Estado brasileiro para espionar ilegalmente desafetos políticos e autoridades, entre 2019 e 2022, se conectava com o que ficou conhecido como “Gabinete do Ódio”, que seria uma equipe comandada pelo filho do ex-presidente, Carlos Bolsonaro. Esta equipe era alimentada com informações colhidas a partir da invasão de celulares e computadores das autoridades espionadas e produzia postagens nas redes sociais atacando a reputação de juízes, deputados, senadores, autoridades do Executivo, empresários e jornalistas.
A Abin é um órgão do Estado com a função de produzir relatórios com informações estratégicas para a tomada de decisões da Presidência da República, antevendo ameaças e oportunidades para o país.
Reportagem, Max Gonçalves