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Morte de advogado em Cuiabá revela organização criminosa de venda de sentenças, espionagem e assassinos de aluguel

A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação nesta quarta-feira (28), autorizada pelo STF, para investigar um esquema criminoso

29/05/2025 às 06h00
Por: Matheus Gomes
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Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil / CP
Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil / CP

A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação nesta quarta-feira (28), autorizada pelo STF, para investigar um esquema criminoso de venda de sentenças judiciais no Brasil e de espionagem de autoridades, realizado por um grupo de assassinos de aluguel. Este esquema pode ter ligação com o assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto com dez tiros, em 2023, na porta de seu escritório, em Cuiabá (MT).

Durante as investigações do assassinato do advogado Zampieri, a PF descobriu a existência de uma organização criminosa ligada à espionagem e a assassinatos por encomenda, formado por militares da ativa e da reserva, que espionava autoridades e usava armamento pesado, disfarces e drones.

O advogado Zampieri é considerado peça central no inquérito que investiga a existência da organização criminosa. Em seu celular, os investigadores encontraram registros de negociações envolvendo a venda de sentenças e articulações com tribunais de várias instâncias da Justiça.

Segundo a PF, a organização se autodenominava “C4: Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos” e mantinha uma tabela de valores para monitorar pessoas comuns, políticos e juízes. Os valores começavam em R$ 50 mil e chegavam até a R$ 250 mil, para espionar ministros do Supremo Tribunal Federal.

Desde a morte do advogado, cinco pessoas já foram presas, como mandante, intermediários e executores do assassinato, e a partir dessa investigação, descobriu-se a conexão entre a morte de Zampieri e a organização criminosa.

Nesta quarta-feira (28), a PF cumpriu cinco mandados de prisão, quatro de instalação de tornozeleira eletrônica e seis de busca e apreensão, em Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo.

Reportagem, Max Gonçalves

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